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NOSTALGIA EM MELBOURNE

"Tênis não tem empate, mas sinceramente não me importaria hoje de dividir o troféu com Rafa (…) Por favor continue jogando tênis. O tênis precisa de ti”


Essas foram as primeiras palavras de Roger Federer após a conquista do seu 18° Grand Slam, denominação referente aos quatro maiores torneios de tênis do mundo. O suíço alcançou o título do Australian Open ao vencer o espanhol Rafael Nadal por três sets a dois com parciais de 6/4 3/6 6/1 3/6 6/3 após mais de 3 horas de partida.


O mundo do tênis parou pra ver a disputa do primeiro grande torneio do ano entre dois dos maiores jogadores de todos os tempos. A volta do suíço após um 2016 com uma contusão e uma longa fase de recuperação aliado a volta do bom nível apresentado por Nadal fez com que tivéssemos um domingo nostálgico. O esporte relembrava o ano de 2009, quando, na mesma quadra, o espanhol conquistou o título derrotando Federer e o levou as lágrimas em uma de suas mais dolorosas derrotas.  


Os dois finalistas desse ano não chegaram como favoritos, até longe disso. As atenções estavam voltadas para as duas estrelas do tênis atual, Andy Murray e Novak Djokovic. Qualquer resultado diferente de uma final entre eles seria considerada uma zebra por muitos dos aficionados pela modalidade. Entretanto, o destino estava traçado e estes foram eliminados por rivais bem mais fracos, outros mais bem ranqueados também foram derrotas por Nadal e por Federer, até que chegou o dia da "Gran Finale", onde o mundo parou pra relembrar os tempos não muito distante, mas que deixaram muitas saudades.


Ontem, voltamos a assistir um jogo em que a técnica e o estilo de Federer se completava com a garra e o condicionamento físico de Nadal. Tivemos uma pausa no esporte que, nos dias de hoje, a parte física se sobrepõe ao talento pelos vários fatores que cercam o esporte como a maior duração de jogos e altas temperaturas, levando os tenistas ao extremo. Vimos pontos em que a "trocação" era franca, em que a beleza dos golpes levava quem assistia ao jogo a um passado glorioso onde o esporte era clássico e vistoso.


E, voltando ao inicio desse texto, as palavras de Federer resume muito bem o sentimento de todos que assistiram a aula de tênis protagonizada por essas duas lendas do esporte. O empate seria o resultado mais justo, entretanto as regras não deixam. Não tivemos as máquinas de aces e devoluções que estamos acostumados, mas tivemos a classe e a elegância que só os grandes nomes da história do tênis tem.

OBRIGADO PELA AULA DE ONTEM! O TÊNIS PRECISA DE VOCÊS, NÃO SE APOSENTEM TÃO CEDO!!!

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