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ONDE O CERTO É ERRADO

Nesse domingo, foram realizadas as partidas de ida das semifinais do Campeonato Paulista. Ponte Preta e Corinthians venceram Palmeiras e São Paulo, respectivamente, e garantiram uma boa vantagem para o segundo jogo no próximo final de semana. Mas, o fato mais comentado desses jogos e do final de semana foi a atitude do zagueiro são paulino Rodrigo Caio na derrota de seu time. 



A jovem promessa do São Paulo marcado por grandes atuações e aparições na seleção brasileira, inclusive peça fundamental na conquista do inédito ouro olímpico, mostrou o seu caráter e bateu de frente com alguns companheiros, parte da torcida e vários adeptos da malandragem futebolística. Ao avisar ao árbitro Luiz Flávio de Oliveira que teria sido ele que pisou sem querer no goleiro Renan Ribeiro e não o atacante Jô, Rodrigo mostrou ombridade e respeito com sua criação familiar. Poderia muito bem ter ficado quieto e ter deixado o centroavante corintiano ter tomado o amarelo e consequentemente deixado o adversário de fora do próximo jogo, mas preferiu não se omitir e mostrar caráter, algo que falta em muitos esportistas e pessoas.



Em um ambiente marcado pela excessiva vontade de ganhar e até uso de "malandragens" em vários momentos do esporte, um ato que deveria ser comum passou a ser assunto internacional. Rodrigo Caio ganhou destaque não só no Brasil pela sua atitude, mas como no mundo todo. Várias mídias esportivas destacam a postura do zagueiro do São Paulo, que além de ter mostrado talento em diversas ocasiões, mostrou nesse domingo que muito mais que uma vitória, o que vale é a sinceridade e o jogo limpo.



Já tivemos diversos casos em que erros foram cometidos e alguns atletas, sejam eles do futebol ou de outros esportes, se omitiram por naquele momento terem obtido vantagem. É muito mais fácil colocar a culpa da omissão na "malandragem" do esporte do que se colocar frente a sua torcida e ao seu próprio time!



Triste é saber que o que aconteceu no Morumbi é um fato isolado, que a malandragem e a hipocrisia de quem vive reclamando de injustiças vai continuar no esporte e em outros âmbitos. A atitude de Rodrigo Caio deveria influenciar a vida de muitos esportistas, mas também a de várias pessoas que prezam o "não fui eu" e preferem culpar o inocente ao assumirem o próprio erro.




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